fonte: CREMERJ
A 4ª Promotoria de Justiça da Tutela Coletiva da Saúde do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro questionou a direção do Hospital Maternidade Alexander Fleming para saber se problemas, como a falta de recursos humanos e o atraso nas obras da UTI neonatal, foram resolvidos. A reunião, realizada nessa quarta-feira, 15, contou com a participação de representantes do CREMERJ, do GATE-Saúde (Grupo de Apoio Técnico Especializado) e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Na ocasião, a diretora do hospital, Vera Helena Alves, explicou que as obras ainda estão em andamento e que a nova previsão de reabertura da UTI neonatal é em até dois meses. A promotora Luciana Rodrigues também indagou sobre as escalas de fim de semana, que estavam sendo afetadas devido à carência de médicos. Vera Helena respondeu que o problema foi solucionado com a contratação temporária.
Ainda segundo a diretora, o Alexander Fleming realiza, atualmente, cerca de 170 partos por mês e atua em casos de risco habitual, que são aqueles sem alta gravidade. De acordo com ela, esse encaminhamento é feito pela própria central de regulação. Antigamente, o hospital atendia cerca de 400 partos por mês.
“Boa parte da demanda que o Alexander Fleming atendia foi encaminhada para outras unidades, como o Hospital da Mulher, Albert Schweitzer e Mariska Ribeiro. Esse processo é conduzido pela própria regulação”, afirmou Vera Helena.
O diretor do CREMERJ Gil Simões, coordenador da Comissão de Fiscalização do Conselho, lembrou que o Alexander Fleming foi, durante anos, referência no atendimento de pacientes e no treinamento de novos profissionais. Porém, de acordo com ele, em fiscalização realizada no ano passado, não havia residentes alocados na unidade.
“É triste saber que um hospital que capacitou tantos médicos esteja perdendo essa característica de ensino. O CREMERJ tem uma grande preocupação com o treinamento de novos médicos, porque isso faz parte da valorização da medicina e garante um atendimento de qualidade para a população”, declarou.
Quanto à colocação da direção do hospital e da coordenadora de Demandas Institucionais da SMS, Stael Riani Freire, de que o médico não tem mais preferência em permanecer por muito tempo em uma única unidade, a diretora do CREMERJ Erika Reis citou uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em que mostra que médico busca por condições dignas de trabalho e por plano de cargos, carreira e vencimentos.
A promotora pediu à direção do hospital que, em até 15 dias, sejam encaminhados ao Ministério Público a escala de plantonistas e a lista de profissionais de saúde lotados na unidade, com indicação de vínculo empregatício, além da previsão definitiva do término das obras da UTI neonatal.
O CREMERJ e a promotora Luciana Rodrigues agendarão uma fiscalização conjunta na maternidade Alexander Fleming nos próximos dias.
O médico integrante do GATE-Saúde Carlos Alberto Chaves de Carvalho também participou da reunião.